quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mês da Consciência Negra em Limeira - Novembro de 2012

Pronunciamento do Presidente do Comicin, José Benedito de Barros

Estamos dando início ao Mês da Consciência Negra em nosso município de Limeira-SP. Durante este mês estaremos realizando diversas atividades que visam conclamar a toda a sociedade e aos órgãos públicos para que reflitamos sobre a história do Brasil e de Limeira e olhemos para a história do povo negro afro-brasileiro, fazendo um esforço para compreender as verdadeiras causas da desigualdade etnorracial e a necessidade de políticas públicas de reparação.

A desigualdade etnorracial não é ficção. Alguns dados oficiais podem nos ajudar a entender o quadro de desigualdade etnorracial em nosso país.

As condições de vida da população negra são significativamente piores do que no caso da população branca, qualquer que seja a variável observada.
Alguns exemplos a partir dos dados da Pnad/IBGE para o ano de 2008:
– o trabalhador negro ganha em média pouco mais de metade do que ganha um trabalhador branco (R$ 407,35 contra R$ 778,35);
– o percentual da população negra abaixo da linha da indigência é duas vezes e meia maior do que o da população branca (15% contra 6,2%);
– a população negra representa 68%dos pobres e 71% dos indigentes do país.
- a população negra tem, em média, quase dois anos a menos de estudo que a população branca (8,3 anos contra 6,6 anos);
- o percentual de analfabetismo entre os negros é mais que o dobro do que entre os brancos (13,6% contra 6,2%);
- cerca de 571 mil crianças de 7 a 14 anos não freqüentavam a escola, das quais 351 mil (62%) eram negras.
(http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/STF_-Ipea_-_mar%C3%A7o-1.pdf)

Diante desse quadro, aclamamos as várias políticas públicas em andamento em nosso país, nas várias esferas de governo, que visam o equilíbrio social e a construção da igualdade etnorracial.
No âmbito federal temos a Lei 12.288, de 20 de julho de 2010, conhecido como Estatuto da Igualdade Racial. Temos ainda as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que visam inserir nos currículos escolares a história e a cultura afro-brasileira e indígena. Temos também políticas públicas que reservam vagas em Universidades Federais para alunos provenientes de escolas públicas e do segmento afro-brasileiro e indígena.
No âmbito municipal, em Limeira, temos algumas leis, dentre elas, a Lei 3.691, de 13 de março de 2004, que determina a reserva de 20% das vagas a serem preenchidos no serviço público sejam destinados aos afro-brasileiros. Essa reserva de vagas abrange os cargos a serem preenchidos por concurso público, os cargos de direção, de chefia, de assessoramento, em comissão, bem como os funcionários de empresas contratadas para prestarem serviço ao município. Neste mesmo sentido, há em vigor a Lei 4562/2010, de autoria do vereador Ronei Martins, que determina ao Poder Executivo Municipal de Limeira, ao contratar agência de publicidade e propaganda, que preveja em seu termo contratual a inclusão de, no mínimo 20% (vinte por cento) de artistas e modelos negros, na realização de comerciais ou anúncios publicitários.
Precisamos, pois, garantir a plena implementação das políticas públicas em andamento nas várias esferas de governo, mas entendemos que é preciso uma esforço maior para atingir plenamente nossos objetivos.
Conclamamos a todos para que nesse mês da consciência negra, façamos um esforço para divulgar as políticas públicas em andamento, bem como outras reivindicações da comunidade negra de Limeira, para que a igualdade etnorracial se torne, de fato, uma realidade.

José Benedito de Barros
Presidente do Comicin
Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Gírámà Ìpìlẹ̀ Yorùbá (Gramática Básica Yorubá)



Trata-se de um texto resumido que trabalha dos principais elementos da gramática do idioma africano yorubá.
O presente trabalho é uma contribuição para todos aqueles que buscam cultivar as raízes africanas no Brasil, principalmente, da civilização e da língua yorùbá. Não se pretendeu esgotar o assunto. Trata-se de algo sucinto. O leitor deste trabalho poderá aprofundar seus conhecidos acessando as obras citadas na bibliografia.
Conteúdo: ABC da língua yorubá (Abidi), verbos, substantivos, adjetivos, preposições, pronomes, números, conjunções, advérbios, nome dos meses, nome dos dias da semana, textos, vocabulário e áudio de pronúncia em mp3.

Autor: Professor Mestre José Benedito de Barros (Olùkọ́ José Benedito), do Instituto Educacional Ginga (IEG) e do Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro (Comicin), ambos de Limeira – SP.
Edição: Texto pdf e áudio em mp3.
Páginas: 29.
Preço: R$ 30,00.
Pedidos por email: ieglimeira@gmail.com
Pedidos por facebook: www.facebook.com.br/olukojosebenedito
Forma de envio: email.
Forma de pagamento: depósito bancário.
Disponível a partir de 28/09/2012.

Palavras chaves: Cultura afro-brasileira; Idiomas africanos; Idioma Yorùbá; Gramática Yorùbá.

Amostra do Texto.

3.3.10 - Frases afirmativas no futuro (versão 1).

Mo máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - Eu virei trabalhar na fazenda.
O máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - Você virá trabalhar na fazenda.
Ó máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - (Ele (ela) virá trabalhar na fazenda.
A máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - Nós viremos trabalhar na fazenda.
Ẹ máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - Vocês virão trabalhar na fazenda.
Wọn máa bọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l’oko - Eles/elas virão trabalhar na fazenda

domingo, 29 de julho de 2012

A linguagem racista no Brasil

José Benedito de Barros

Ontem (27/07/2012) proferi palestra sobre educação para as relações etnorraciais. Isso aconteceu no evento denominado “Mulher negra e afrodescendente na família”.

O evento foi organizado pelo Departamento de Cultura Afrodescendente e da Integração Étnica – DECADIE, de Limeira-SP.

Dividi minha exposição em três partes: 1) levantamento de alguns aspectos de nossa linguagem etnorracial; 2) legislação sobre as relações raciais no Brasil; 3) Algumas pistas para mudança da realidade.

Pretendo com este texto relatar um pouco o conteúdo da palestra e, ao final, em forma de anexo, apresentar um pequeno vocabulário que compilei a respeito do tema.
Em relação à linguagem etnorracial, nós brasileiros, utilizamos expressões que expressam relações raciais marcadas por tensões que se foram acumulando ao longo da história.

Distinguimos “magia branca” de “magia negra”. Quando alguém nos deprecia dizemos que estão “denegrindo nossa imagem”. Quando conhecemos uma pessoa negra, que é “gente boa”, dizemos que ela é “negra de alma branca”. Quando a situação está ruim, dizemos que “a coisa tá preta”. Quando queremos nos referir ao futuro e não vemos boa perspectiva, dizemos que “nosso futuro será negro”. Uma mãe negra uma vez me disse: “em tenho duas filhas, uma tem cabelo ruim e outra tem cabelo bom”.

Quando queremos falar de religião dizemos que a religião do negro é a macumba (candomblé, Umbanda), sendo que macumba, nessa visão equivaleria à “magia negra”. A religião do branco (religião boa) seria o cristianismo. Como se pode perceber, nas entrelinhas, as palavras “branco” e “negro” (ou preto) tem, no contexto das relações raciais no Brasil, significados opostos, sendo que a primeira significa “bom” e “a segunda significa “ruim”.

Assim, magia boa seria a branca; magia ruim seria a negra; alma boa seria a branca; alma ruim seria a negra; sujar o nome de alguém é denegrir (enegrecer), enquanto que limpar o nome de alguém é branquear. Cabelo de branco (liso) é bom; cabelo de negro (crespo) é ruim. A linguagem etnorracial brasileira nos indica que nossas relações são marcadas pelo preconceito e pela discriminação.

Para reverter esse quadro tem-se adotadas políticas públicas em nível federal, estadual e municipal. Algumas legislações podem ser citadas: Estatuto da Igualdade Racial, Lei 10.639/2003, Lei 11.645/2008, Código Penal, Lei de Crimes Raciais (Lei 7716/89), dentre outros.

Nosso intuito aqui não é analisar com profundidade todas as políticas, mas apenas comentar alguns aspectos das mesmas. Comentarei brevemente as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Essas leis modificaram a Lei 9394/96 - LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que determina que na educação e no ensino se respeite a diversidade cultural de nosso povo, principalmente dos povos europeus, afrobrasileiros e indígenas. Esse entendimento hoje é estendido aos asiáticos que chegaram ao Brasil mais recentemente. Pois bem, a duas leis tratam da educação para as relações etnorraciais e do ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena.

Como se vê temos aí uma perspectiva multicultural da educação brasileira. Embora se reconheça alguns avanços, as poucas pesquisas a respeito do tema, tem revelado grande resistência para a plena implantação dessas políticas.

Há muito que se fazer ainda. Defendo que nos empenhemos coletivamente para fazermos gestão junto aos governos e aos sistemas de ensino para que seja implantada de fato uma gestão pública que reconheça e valorize a diversidade etnorracial de nosso povo e, ao mesmo tempo, uma educação que de fato problematize a realidade do preconceito, da intolerância e da discriminação que permeia a realidade educativa brasileira, seja ela na escola ou fora da escola. O que se quer é uma política que reconheça, valorize e respeite, a diversidade etnorracial e cultural de nosso pais.

Anexo: pequeno vocabulário sobre relações etnorraciais

RACISMO. O racismo é a doutrina ou crença que defende a existência de raças humanas superiores e raças e raças humanas inferiores, com base nas diferenças biológicas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo

MACHISMO. Doutrina ou crença que defende que os homens são superiores às mulheres. http://pt.wikipedia.org/wiki/Machismo

FEMINISMO: Movimento que defende a igualdade entre homens e mulheres. http://pt.wikipedia.org/wiki/Machismo

PRECONCEITO. O preconceito é um juízo sobre pessoas e coisas sem fundação científica. Espécies: preconceito de raça, de cor, de religião, de procedência regional ou nacional, de gênero, de orientação sexual. http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/preconceito.htm

ESTEREÓTIPO. Estereótipos são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros, e é um termo de origem grega. Estereótipo significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura e etc. Ex.: Brasil, país do futebol; Negro, pagodeiro; Rico, educado; Pobre, grosseiro. http://www.significados.com.br/estereotipo/

SEGREGAÇÃO. A segregação é a separação ou distanciamento físico ou social. http://www.dicio.com.br/segregacao/

DISCRIMINAÇÃO. Ato ou efeito de discriminar. Discriminar: fazer distinção entre coisas ou pessoas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Discrimina%C3%A7%C3%A3o

CRIME DE RACISMO. O crime de Racismo será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas. Ex.: negar emprego a judeus numa determinada empresa, impedir acesso de índios a determinado estabelecimento, impedir entrada de negros em um shopping, etc. LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Penas: reclusão de 1 a 5 anos.
(...)

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa. http://blog.tribunadonorte.com.br/cenajuridica/racismo-ou-injuria-racial-quais-as-diferencas/769 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7716.htm

INJÚRIA RACIAL. Há a injúria racial quando as ofensas de conteúdo discriminatório são empregadas a pessoa ou pessoas determinadas. . Ex.: negro fedorento, judeu safado, baiano vagabundo, alemão azedo, etc. Tal crime está disposto no artigo 140, § 3º do CP. Injúria (Código Penal)

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (...) § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) http://blog.tribunadonorte.com.br/cenajuridica/racismo-ou-injuria-racial-quais-as-diferencas/769 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm

*José Benedito de Barros, Mestre em Educação (Unesp); Bacharel e Especialista em Direito; Licenciado em Filosofia; Professore de Línguas e Culturas Africanas; Advogado; Membro do Instituto Educacional Ginga (IEG), da Associação dos Conselheiros Espirituais de Limeira (ACEL) e do COMICIN – Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro. Email: jbenebarros@yahoo.com.br – Blog.: www.profjosebenedito.blogspot.com Facebook: www.facebook.com.br/olukojosebenedito - Twitter: @JOBENEDITO

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ẹ̀kọ́ Maárùn (Aula 4): Sísọ̀rọ̀ nípa ènìyàn

(Falando a respeito de pessoas) (Falando a respeito de pessoas)

Texto em ingles: Kunle came back the next day and found Tunji.

Texto em português: Kunle voltou no dia seguinte e encontra Tunji

Kúnlé (K) / Túnjí (T):

K: Túnjí, báwo ni nǹkan?
T: Dáadáa ni. Jọ̀wọ́ má bínú.
K: Níbo l´o lọ lálẹ́ àná. Mo wá sí ilé ẹ lẹ́ẹ̀mejì lálẹ́ àná.
T: Mo gbọ́ bẹ́ẹ̀. Mo lọ rí ọmọ kíláàsì mi kan ni.
K: Ki l´orúkọ ẹ̀? T: Kimberly. K: Ọmọ ìlú ibo ni?
T: Ọmọ ìlú Amẹ́ríkà ni, ṣùgbọ́n ó jẹ́ akẹ́kọ̀ọ́ ní yunifásítì ti Ìbàdàn nísisìyí. Àwọn ẹbi ẹ̀ ń gbé ní New York.
K: Ṣé a lè jìjọ lọ kí i lọ́la?
T: Bóyá.

Tradução
K – Túnjí, como vão as coisas?
T – Bem. Por favor, não me aborreça.
K – Aonde você foi ontem à noite? Eu estive em sua casa duas vezes ontem à noite.
T – Eu ouvi isso. Eu fui ver minha colega de classe.
K – Qual é o nome dela? T – Kimberly.
K – Qual é a nacionalidade dela?
T – Ela é cidadã norte americana, mas ela tornou-se aluna da universidade de Ibadan agora. Seus familiares moram em New York.
K – Será que podemos ir juntos visitá-la amanhã?
T – Talvez.

Kini orúkọ mi? / Qual é o meu nome?
Kini orúkọ rẹ? / Qual é o seu nome?
Kini orúkọ rẹ̀̀ / Qual é o nome dele/dela?
Kini orúkọ wa? / Qual é o nosso nome?
Kini orúkọ yín? / Qual é o nome de vocês?
Kini orúkọ wọn? / Qual é o nome deles?

Nomes Africanos yorubá

Abàmi = extraordinário, famoso, notável. (m)
Abayọ̀mi = Nascido para trazer alegria. (m)
Abimbolà = Nascido rico. (m)
Abiodún = Nascido em tempo de festa. (m)
Adebayọ̀ = Veio um tempo de alegria. (m)
Àdùkẹ́ = aquela que é amada. (f)
Àdùnní = Aquela que é agradável e doce. (f)
Afolabi – Nascido com fama. (m)
Akinshegun = O valor conquista. (m)
Akinsheye = O valor age honradamente. (m)
Akinyele = A valentia beneficia esta casa. (m)
Akintunde = O esperado voltou. (m)
Ayọ̀delé = A alegria chega a esta casa. (f )
Ayọ̀femi = A alegria gosta de mim. (f)
Babafemi = Meu pai me ama. (m)
Babatunde = O pai voltou novamente. Representa o retorno de tudo aquilo que um antepassado masculino próximo significa para a família (fortuna, honra, alegria, segurança, harmonia). (m)
Bandele = Nascido longe de casa. (m)
Bamidelé = esperança. (f)
Funmilayọ̀ = Dê-me felicidade. (f)
Iyafemi = A mãe me ama. (f)
Iyatunde = A mãe voltou. Representa o retorno de tudo aquilo que um antepassado feminino próximo significa para a família (fortuna, honra, alegria, segurança, harmonia). (f)
Kayọ̀dé = Ele trouxe alegria. (M)
Obatayie = Rei do mundo. (m)
Obawolé = O rei entra na casa. (m)
Olanyian = As honras cercam-me. (m)
Olubayọ̀ = A mais alta alegria (m)
Ominilé = Água na casa. Representa as energias das águas em uma casa. A água torna possível a vida. (f)
Òmìnira = Liberdade, independência. (f ou m)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nṣe ibéèrè nlò ọ̀rọ̀ ìṣe “ni”: fazendo perguntas utilizando o verbo "ser ou estar"

Fazendo perguntas utilizando o verbo “ser ou estar”.
(Nṣe ibéèrè nlò ọ̀rọ̀ ìṣe “ni”)

1) Qual é o seu nome?
(Kini orúkọ rẹ?)

Ki ni orúkọ rẹ
Qual é nome seu

2) Qual é o nome dela?
(Kini orúkọ rẹ̀̀)

Ki ni orúkọ rẹ̀̀
Qual é nome dela

3) Qual é o nome de cada um deles?
(Kini orúkọ wọn?)

Ki ni orúkọ wọn
Qual é nome deles

4) Qual é o meu nome?
(Kini orúkọ mi?)

Ki ni orúkọ mi
Qual é nome meu

5) Qual é o nome de cada um de vocês?
(Kini orúkọ yín?)

Ki ni orúkọ Yín
Qual é nome seus

6) Qual é o nome de cada um de nós?
(Kini orúkọ wa?)

Ki ni orúkọ wa
Qual é nome nosso

Aprenda mais sobre a língua yorubá nos links abaixo e em nossa aula presencial:

http://ieglimeira.blogspot.com
http://profjosebenedito.blogspot.com

Próxima aula presencial de yorùbá: 28/04/2012, das 9 às 12 horas.
Rua Senador Vergueiro, 122, Centro, Limeira-SP.

Olùkọ́ José Benedito de Barros

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Itọ́jú: a essência da espiritualidade africana tradicional está no cuidado

Por José Benedito de Barros

Culto aos orixás, voduns, inkices, eguns; ebós, feitiços, macumbas, mandingas. Estas e outras atividades são comumente atribuídas à espiritualidade tradicional africana. Mas qual é de fato a realidade? Qual e a essência da espiritualidade africana tradicional?

Trata-se de questão difícil, pois a quantidade de maneiras de exercício da espiritualidade entre os africanos tradicionais na África e na diáspora é proporcional à quantidade de povos e culturas africanas. Por isso, neste pequeno texto, pretendemos nos contentar com uma visão sucinta da espiritualidade tradicional africana yorubá. Desde já advertimos que não é nosso intuito esgotar o tema, mas apenas apresentar um breve recorte interpretativo.

Muitos praticantes da espiritualidade africana, notadamente os cultuadores de orixá, muito se preocupam em realizar seus ebós, que consistem em oferendas e sacrifícios aos seus orixás. Pensam com isso estar cuidando de seus orixás. Pois bem, propomos uma outra maneira de entender a questão.

A histórica e cultura yorubá nos mostram que nossa preocupação tem que ser com o cuidado (itọ́jú). Devemos cuidar de nós mesmos, de nossa casa dos membros de nossa família, de nossa comunidade e de nossa sociedade. Devemos ainda cuidar do nosso mundo material (àiyè) e de tudo o que há nele.

1. O cuidado de nós mesmos (orí, ara, ẹ̀mí, ìwà).

Tọ́jú orí rẹ. Cuide de sua cabeça. O orí é nossa cabeça, que compreende tanto a nossa cabeça física quanto nossa cabeça interior (orí inú). No orí estão nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa consciência. Estar com um orí saudável é garantia de reflexões consistentes e tomadas de decisões acertadas. Bons estudos, pesquisas, lazer e cultivo de boas amizades podem ajudar a ter um bom orí.

Tọ́jú ara rẹ. Cuide de seu corpo. O ara é nosso corpo. O cuidado com nosso corpo revela muito do que somos. O cuidado com o corpo envolve, entre outras coisas, a higiene (ìmọ́tótó), a boa alimentação (ounjẹ) e a boa saúde (ìlera).

Tọ́jú ẹ̀mí rẹ. Cuide de seu espírito. O ẹ̀mí é a própria vida representada pela respiração. Aqui não se trata de uma vida qualquer, mas de vida digna, de vida longa, de vida significativa. Cada ser humano precisa descobrir ou escolher uma função para exercer em sua casa (ilé), na sua rua (ìta) na sua família (ìdílé) e na comunidade ou sociedade (ẹgbẹ́). Cuidar do ẹ̀mí significa cultivar hábitos pessoais e sociais saudáveis, que conservem e prolonguem a existência individual e coletiva.

Tọ́jú ìwà rẹ. Cuide de suas maneiras, de seu caráter. Ter um bom comportamento é fundamental. De nada adianta rituais religiosos bem feitos, grandes conhecimentos adquiridos com a educação escolar, se o caráter é ruim, se as maneiras são deselegantes. Precisamos cultivar o ìwàrere (bom caráter), o ìwà-pẹ̀lẹ́ (gentileza), o ìwà-ọ̀run (virtude) e ìwà mímọ́ (requinte, elegância, qualidade). Precisamos evitar o ìwà-àìmọ́ (comportamento sujo), ìwà ìbàjẹ́ (corrupção, mau comportamento) e o ìwà-búrurú (mau caráter).

2. O cuidade de nossa família, da comunidade e da sociedade (ilé, ìdílé, ìta e ẹgbẹ́)


Tọ́jú ilé rẹ. Cuide de sua casa. Ilé é a casa, tanto o espaço de convivência quanto a família (ìdílé). Na família há o pai (bàbá), a mãe (iyá), o avô bàbánlá, a avó (iyánlá) e filhos (àwọn ọmọ). Há ainda os outros parentes (arás). Na casa, pais e mães têm a obrigação de cuidar bem de seus filhos. Os filhos devem honrar pai e mãe e, quando for necessário, também cuidar deles.

Tọ́jú ìta àti ẹgbẹ́ rẹ. Cuide de sua rua e de sua comunidade ou sociedade. Se cuidarmos bem de nós mesmos, de nossa casa e de nossa família, estaremos prontos para enfrentar os problemas da rua e de nossos vizinhos (ìta) bem como os da comunidade ou sociedade (ẹgbẹ́).

3. O cuidado do planeta (àiyè)

Tọ́jú àiyè tiwa. Cuide de nosso planeta terra. O “àiyè” é nosso mundo material, enquanto que “ọ̀run” é o mundo espiritual. Lutar pelo àiyè deve ser preocupação de todos. Cuidar de nossa casa maior, o ambiente onde vivemos é tarefa das mais importantes e urgentes. Não cuidar de nossa casa maior é comprometer nossa própria sobrevivência enquanto seres humanos.

Esperamos ter contribuído com alguns elementos para refletir sobre a espiritualidade tradicional africana. Procuraremos futuramente desenvolver com maior profundidade as questões aqui esboçadas.

José Benedito de Barros, Mestre em Educação (Unesp, Rio Claro, SP, Brasil)
Olùkọ́ ti èdè yorùbá

sábado, 31 de março de 2012

Curso de yorubá 2012: Ẹ̀kọ́ mẹ́rin - Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi


Orin Dafidi 23 (Orí Kẹ́talélogún)

1. Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi; èmi kì yíò ṣe alaíní.
2. Ó mú mi dùbúlẹ̀ nínú pápá-оkо tútù; o mú mi lọ ṣi ìhà omi dídákẹ́ rọ́rọ́.
3. Ó tù ọkàn mi lara; o mú mi lọ nípa ọ̀nà òdòdó nítorí orúkọ rẹ̀.
4. Nítòótọ, bí mo tilẹ̀ nrìn láàrín àfonífòjì òjijì ikú èmi ki yíò bẹ̀ru ibi kan; nítorí ti Ìwọ pẹ̀lú mi; ọ̀gọ rẹ̀ ati ọ̀pà rẹ̀ nwọn ntù mi nínú.
5. Ìwọ tẹ́ tábìlì oúnjẹ silẹ̀ níwájú mi ní ojú àwọn ọ̀tá mi; ìwọ dà oróró si mi ní orí; aago mi si kún akúnwọsilẹ̀.
Ìtọ́ka sí ìparí – Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi »

10.16.11 | Àpẹẹrẹ: àgùntàn, Olùṣọ́, Olúwa, Psalm 23 | Ẹ̀ka: Ìretí-Ayọ̀ (ònkọ́wé) |Èsì kan

http://www.abeokuta.org/yoruba/

Tradução

Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi
(O senhor é meu pastor)

Orin Dafidi 23 (Orí Kẹ́talélogún)
(Salmo 23, da versão bíblica hebraica; Salmo 22 da versão católica)

Primeiro, apresentaremos a versão em yorubá; depois, a versão do texto bíblico (“Bíblia Sagrada”) da 34ª edição publicado pela Editora Ave Maria. Na sequência, apresentaremos uma versão nossa, fruto de livre pesquisa.

Texto em yorùbá com a versão em português da Editora Ave Maria.

1. Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi; èmi kì yíò ṣe alaíní.
(O Senhor é meu pastor; nada me faltará)
2. Ó mú mi dùbúlẹ̀ nínú pápá-оkо tútù; o mú mi lọ ṣi ìhà omi dídákẹ́ rọ́rọ́.
(Em verdes prados ele me faz repousar; Conduz-me às águas refrescantes)
3. Ó tù ọkàn mi lara; o mú mi lọ nípa ọ̀nà òdòdó nítorí orúkọ rẹ̀.
( Restaura as forças de minha alma; pelos caminhos retos ele me leva, por amor de seu nome.
4. Nítòótọ, bí mo tilẹ̀ nrìn láàrín àfonífòjì òjijì ikú èmi ki yíò bẹ̀ru ibi kan; nítorí ti Ìwọ pẹ̀lú mi; ọ̀gọ rẹ̀ ati ọ̀pà rẹ̀ nwọn ntù mi nínú.
(Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo; vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo)
5. Ìwọ tẹ́ tábìlì oúnjẹ silẹ̀ níwájú mi ní ojú àwọn ọ̀tá mi; ìwọ dà oróró si mi ní orí; aago mi si kún akúnwọsilẹ̀.
(Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos; derramais o perfume sobre minha cabeça; transborda a minha taça)

Texto em yorùbá com versão livre em português

1. Olúwa ní Olùṣọ́ àgùntàn mi; èmi kì yíò ṣe alaíní.
(O Senhor é meu cuidador de ovelhas; eu não serei pessoa necessitada)
2. Ó mú mi dùbúlẹ̀ nínú pápá-оkо tútù; o mú mi lọ ṣi ìhà omi dídákẹ́ rọ́rọ́.
(Ele conduziu-me para descansar em verdes pastos; ele conduz-me junto às águas às águas que acalmam)
3. Ó tù ọkàn mi lara; o mú mi lọ nípa ọ̀nà òdòdó nítorí orúkọ rẹ̀.
( Ele alivia meu espírito em meu ser; Ele me faz ir pelo caminho da justiça por causa de seu nome).
4. Nítòótọ, bí mo tilẹ̀ nrìn láàrín àfonífòjì òjijì ikú èmi ki yíò bẹ̀ru ibi kan; nítorí ti Ìwọ pẹ̀lú mi; ọ̀gọ rẹ̀ ati ọ̀pà rẹ̀ nwọn ntù mi nínú.
(Verdadeiramente, se eu, de fato, estiver atravessando o vale da sombra da morte eu não terei medo de nenhum mal; porque você está comigo; seu bastão e seu cajado estão me aliviando)
5. Ìwọ tẹ́ tábìlì oúnjẹ silẹ̀ níwájú mi ní ojú àwọn ọ̀tá mi; ìwọ dà oróró si mi ní orí; aago mi si kún akúnwọsilẹ̀.
(Você preparou uma mesa com comida à minha frente à vista de meus inimigos; você derramou perfume em minha cabeça; minha taça cheia transborda)

Vocabulário:

Aago – copo, taça, xícara, relógio, hora.
Àfonífòjì – vale, planície.
Àgúntàn – ovelha.
Akúnwọsilẹ̀ – cheio até a borda, transbordante.
Alaíní – pessoa necessitada, indigente. A grafia correta é aláìní.
Àwọn – eles, elas.
Bẹ̀ru – temer, ter medo.
Bí – se.
Dà – derramar, despejar.
Dùbúlẹ̀ – deitar.
Dídákẹ́ rọ́rọ́ – resfrescante, que acalma.
Èmi – eu.
Ibi – mal.
Ìhà – lado,lombo, região.
Ikú – morte.
Ìwọ - você.
Kan – um, coração.
Kì – não. O mesmo significado de “kò”.
Kún – abundar, cheio, encher.
Láàrín = Ni áàrín – no meio de, entre.
Lara = ni ara – no corpo, no ser humano, na pessoa humana.
Lọ - ir.
Mi – eu, mim, a mim, meu.
Mo – eu.
Mú – levar, conduzir.
N – gerúndio; nrìn: andando, caminhando, encharcando, umedecendo.
Ní – em.
Nínú – dentro, no interior.
Nítòótọ - verdadeiramente.
Nítorí – porque, por causa de.
Níwájú – diante, à frente.
Ntù - conduzindo, refrescando, confortando, aliviando
Nwọn = wọn – eles, elas.
O – você. No texto acima o “o” apareceu algumas vezes. A grafia está incorreta: deveria estar escrito “ó”, que significa ele ou ela.
Ó – ele ou ela.
Òdòdó – justiça, verdade, siceridade, equidade. Grafia correta: òdodo.
Ọ̀gọ - bastão.
Òjijì – sombra.
Ojú – vista.
Ọkàn – coração, espírito.
Olùṣọ́ – cuidador.
Olúwa – senhor, mestre.
Omi – água.
Ọ̀nà – caminho.
Ọ̀pà – cajado, bengala.
Orí - cabeça
Orin – cantiga, música, salmo.
Oróró – perfume, óleo, azeite.
Orúkọ - nome.
Ọ̀tá – inimigo.
Oúnjẹ - alimento, comida, refeição.
Pápá-оkо – prado, pasto, pastagem.
Pẹ̀lú – com, e.
Rẹ̀ – seu.
Si – para, em direção a.
Silẹ̀ – para baixo.
Ṣe – fazer, agir, realizar, ser.
Ṣi – abrir, descobrir.
Tábìlì – mesa.
Tẹ́ – colocar, arrumar, preparar.
Ti – ter, já, forma abreviada de àti.
Tilẹ̀ – de fato, entretanto, atacar, no chão.
Tù – conduzir, refrescar, confortar, aliviar.
Tútù – frio, fresco, úmido, verde.
Yíò – marca de futuro. O mesmo significado de “máa”.

http://www.abeokuta.org/yoruba/

segunda-feira, 26 de março de 2012

Curso de yorubá 2012: Ẹ̀kọ́ mẹ́ta: Orações de negação

Orações de negação

N kò wọṣọ funfun. (Eu não vesti roupa branca)
O kò wọ̀ àkẹtẹ̀ àwọ̀ Oronbó. (Você não usou chapéu de cor laranja)
Kò mu omi dudu. (Ele não bebeu café)
A kò jẹ góba àwọ̀ pupa. (Nós não comemos goiaba de cor vermelha)
Ẹ kò rà èso àwọ̀ aró. (Vocês não compraram fruta de cor azul)
Wọn kò tà àwọn mọ́tò àwọ̀iyeye. (Eles não venderam os carros de cor amarela)


Exercícios de verificação


I – Passar do yorubá para o português.


1. Kunlé máa lọ sọ́jà lòní. (Kunlé ira ao mercado hoje)
2. Kunlé kò ní í lọ sọ́jà lòní. (Kunlé não irá ao mercado hoje)
3. Wọn njẹ ìrẹ́sì. (Eles estão comendo arroz)
4. Wọn kò njẹ ìrẹ́sì. (Eles não estão comendo arroz)
5. Ó mu omi ẹ̀rọ. (Ele bebeu água de torneira)
6. Kò mu omi ẹ̀rọ. (Ele não bebeu água de torneira)
7. Jàgùdà máa jalè lọ̀la. (O ladrão roubará amanhã)
8. Jàgùdà kò ní í jalè lọ̀la. (O ladrão não roubará amanhã)
9. Mo lọ sọ́jà ní áàárọ̀. (Eu fui ao mercado de manhã)
10. N kò lọ sọ́jà ní áàárọ̀. (Eu não fui ao mercado de manhã)

II – Passar do português para o yorubá.

1. Eu não fui ao mercado. (N kò lọ sọ́jà)
2. Você não comprou arroz vermelho. (O kò rà ìrẹ́sì pupa)
3. Ela não comeu goiaba branca. (Kò jẹ góba funfun)
4. Nós não usamos roupa verde. (A kò wọṣọ ọdọ eso)
5. Vocês não estão tomando café. (Ẹ kò nmu omi dudu)
6. Elas não irão à festa amanhã. (Wọn kò ní í lọ sọdún lọ̀la)


Vocabulário:

Ààárọ̀ = manhã.
Àkẹtẹ̀ = chapéu
Aró = azul.
Àwọ̀ = cor
Àwọ̀iyeye = cor amarela
Èso = fruta.
Funfun = branco.
Góba = goiaba.
Kò = não
Wọṣọ = vestir, cobrir-se de roupa.
Ìrẹ́sì – arroz
Jàgùdà = ladrão
Jalè = roubar
Jẹ = comer
Kò ní í lọ = Ele não irá
L´ = ni
Láàárọ̀ = de manhã
Lọ̀la = amanhã
Lòní = hoje
Lówúrọ̀ = de manhã
Máa = marca de futuro
Mọ́tò = carro
Mu = beber
N = marca de gerúndio. A ação está em curso.
Ní = no, na,em
Ní áàárọ̀ = de manhã
ọdọ eso = verde
ọdún = festa
ọ̀la = amanhã
Omi dudu = agua preta, café.
Omi ẹ̀rọ = água de torneira

sexta-feira, 23 de março de 2012

Curso de yorubá 2012: Ẹ̀kọ́ méjì

Exercícios de verificação - ọ̀kan

I – Passar do português para o yorubá.

1. Eu fui ao mercado. Mo lọ sọ́jà.
2.Você está comprando feijão preto. O nrà ẹwà dudu.
3. Ela vai comer abóbora hoje. Ó máa jẹ elégéde lòní.
4. Nós acabamos de acordar. A ṣẹ̀ṣẹ̀ jí ni.
5. Vocês estão andando rápido. Ẹ nrìn kíákíá.
6. Elas chegarão amanhã. Wọn máa dé lọ̀la.
7. Babatunde chorou. Babatunde ké.
8. Kunlé e Tunjí estão trabalhando na fazenda. Kunlé áti Tunjí nṣiṣẹ́ loko.
9. O médico chegará logo. Oníṣègùn máa dé kíákíá.
10. Ominilé comeu canjica. Ominilé jẹ àgbàdo funfun.

II – Passar do yorubá para o português

1. Kunlé máa lọ sọ́jà lòní. Kunlé vai ao mercado hoje.
2. Mo máa rà ọ̀gẹ̀dẹ̀ àti ìbẹpẹ. Eu vou comprar banana e mamão.
3. Wọn njẹ ìrẹ́sì. Eles estão comendo arroz.
4. A ti ṣiṣẹ́ lòní. Nós já trabalhamos hoje.
5. Ó mu omi ẹ̀rọ. Ele bebeu água de torneira.
6. O rà tábìlì méjì. Você comprou duas mesas.
7. Jàgùdà máa jalè lọ̀la. O ladrão roubará amanhã.
8. Ẹ njó púpọ̀. Eles estão dançando muito.
9. Mo lọ sọ́jà ní áàárọ̀. Eu fui ao mercado de manhã.
10. Ó nhó oronbó. Você está descascando laranja.

Vocabulário:


Áàárọ̀ = manhã
Àgbàdo = milho
Àgbàdo funfun = milho branco, canjica
Àti = e, com.
Dé = chegar
Elégéde = abóbora
Ẹ̀wà Dudu = feijão preto
Hó = descascar
Ìbẹpẹ = mamão
Ìgbàdo = o mesmo que àgbàdo
Ìrẹ́sì – arroz
Jàgùdà = ladrão
Jalè = roubar
Jẹ = comer
Jí = acordar
Jó = dançar
Ké = chorar
Kíákíá = rapidamente, logo
L´ = ni
Láàárọ̀ = de manhã
Loko = ní oko = na fazenda
Lọ̀la = amanhã
Lòní = hoje
Lówúrọ̀ = de manhã
Máa = marca de futuro
Méjì = dois, duas.
Mu = beber
N = marca de gerúndio. A ação está em curso.
Ní = no, na,em
Ní áàárọ̀ = de manhã
Ní òwúrọ̀ = de manhã
ọ̀gẹ̀dẹ̀ = banana
Oko = fazenda
ọ̀la = amanhã
Omi ẹ̀rọ = água de torneira
Òní = hoje
Oníṣègùn = médico
Oronbó = laranja; o mesmo que ọsàn.
Púpọ̀ = muito
Rà = comprar
Rìn = andar
Sáré = correr
Ṣẹ̀ṣẹ̀ = recentemente, acabar de, logo agora
Ṣiṣẹ́ = trabalhar
Sọ́jà = ao mercado. O mesmo que sí ọ́jà
Tábìlì = mesa.
Ti = já (marca de pretérito)

terça-feira, 13 de março de 2012

Curso yorubá 2012: Ẹ̀kọ́ ọkan

Orin

Orin 1: Mo nbọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l´oko

Mo nbọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l´oko (Eu estou vindo realizar trabalho na fazenda)
Mo nbọ̀ yá, mo nbọ̀ yá. (Eu estou vindo com licença, com prontidão)
Mo nbọ̀ ṣẹ iṣẹ́ l´oko (Eu estou vindo realizar trabalho na fazenda)
Mo nbọ̀ yá, mo nbọ̀ yá. (Eu estou vindo com licença, com prontidão)

Nota: “ṣe” ou “ṣẹ”? Consultando o vocabulário yorùbá de Eduardo Napoleão, tirei minhas dúvidas
A palavra “ṣe” (Xê) significa “fazer, construir, desempenhar, guiar. Criar, fabricar, instituir, mandar, reder.
A palavra “ṣẹ” (Xé) significa acontecer, ocorrer, vir a ser, fazer-se, realizar.
Como se vê, é possível usar uma ou outra palavra, com o sentido de fazer ou realizar. A versão do orin trabalhada em nosso curso no ano de 2011 registra a palavra “ṣẹ”. Por isso resolvemos corrigir o texto.

Pronomes:
Coloquial Formal Português
Mo, Èmi = Eu
O, Ìwọ = Você
Ó, Òun = Ele/Ela
A, Àwa = Nós
Ẹ, Ẹ̀yin = Vocês
Wọn, Àwọn = Eles/Elas

Frase afirmativa com verbos de ação:

1) A ação está ocorrendo agora (presente)


Mo njẹ àkàrà (Eu estou comendo àkàrajé).

2) A ação já ocorreu (passado)

O mu omi (Você bebeu água)
O ti mu omi (Você já bebeu água)
O mu omi l´ánàá (Você bebeu água ontem).

3) A ação ocorrerá (futuro)

A máa dúpẹ́ púpọ̀ (Nós agradeceremos muito / Nós vamos agradecer muito).

Observação quanto à conjugação de verbos no presente e no passado. Observe as construções seguintes:

Eu agradeço a você: Mo dúpẹ́ o.
Eu agradeci a você: Mo dúpẹ́ o.

Veja que utiliza-se a mesma sentença (Mo dúpẹ́ o) para se referir a uma ação no presente ou no passado. Para se saber se a sentença se refere ao presente ou ao passado é necessário estar atento ao contexto ou então utilizar-se da preposição “ti” ou de algum advérbio de tempo (l´ánàá = ontem, l´àárọ̀ = de manhã).



Conjugue os seguintes verbos de ação no presente, no passado e no futuro.
Abrir: ṣi; Agradecer: dúpẹ́; Almoçar (jẹun ọ̀sán); Comprar: rà; Cantar (Kọrin)

Orin 2: Orin: Agbe lo l´aro


Agbe ló l´aró
Agbe ló l´aró
Kìí ráhùn aro
Àlùkò ló l´osùn
Kìí ráhùn osùn
Lékèélékèé ló l` ẹfun
Kìí ráhùn ẹfun
ọ̀ṣun lékèé o dá mi o.
Káwa má ráhùn ire - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ọmọ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn owó - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ọlà - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn Ẹ̀kọ́ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ayọ̀ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ifẹ́ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ọ̀rẹ́ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn Ẹ̀rọ̀ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ilé - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ounjẹ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn aláàfíà - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn àfo - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn iṣẹ́ - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ṣire - Àṣẹ!
Káwa má ráhùn ọ́dún - Àṣẹ!



Pẹ-ntúka awo ògúlùtu



Pẹ-ntúka awo ògúlùtu (Quando algo cai e quebra revela-se o segredo de seu interior)
Pẹ-ntúka awo ògúlùtu o o (Quando algo cai e quebra revela-se o segredo de seu interior)
B´ẹyin ba balẹ̀ (Quando o ovo cai no chão)
Pẹ a tú ka o (se despedaça)

Pẹ-ntúka awo ògúlùtu
Pẹ-ntúka awo ògúlùtu

B´ẹyin ba balẹ̀
Pẹ a tú ka o

Gẹ̀lẹ̀dẹ́ re o, awo àgbaàgba. (Aqui está Gẹ̀lẹ̀dẹ́, o segredo das sábias).


1) N´ílé ọ̀rẹ́ (Na casa de um amigo)

KÚNLÉ - Ẹ kúùròlẹ́ Mà.
MÀMÁ TÚNJI - ÒO, kúùrọ̀lẹ́. Báwo ni nǹkan?
KÚNLÉ - Dáadáa ni. Ẹ jọ̀ọ́ mà. Túnjí ǹkọ́? Ṣé ó wà n´lé?
MÀMÁ TÚNJI – Rárá, kó si ǹ´lé. Ó lọ sọ́dọ̀ ọ̀rẹ́ ẹ̀ Délé.
KÚNLÉ - Kò burú, mo máa padà wá. Ẹ ṣé, ó dàbọ̀ Mà.
MÀMÁ TÚNJÍ – Kò tọ́pẹ́. Ó dàbọ̀.

Tradução:
K – Boa noite senhora.
M – Boa noite. Como vão as coisas?
K – Bem. Por favor, senhora. Onde está Tunji? Ele está em casa?
M – Não, ele não está em casa. Ele foi à casa do amigo dele, o Dele.
K – Sem problemas, eu retornarei. Obrigado, até logo senhora.
M – Não há de que. Até logo.

2) Báwo ni Sànyà? (Como vai Sanya?)


KÚNLÉ: Báwo ni Sànyà?
SÀNYÀ: Dáadaa ni. Ẹ káalẹ́.
KÚNLÉ: Oo, káalẹ́. Ẹgbọ́n ẹ dá?
SÀNYÀ: Wọ̀n kò ì tí ì dé.
KÚNLÉ: Kò burú, máa pàda wá lọ́la.
SÀNYÀ: Kò burú. Ẹ ṣé, ó dàárọ̀.
KÚNLÉ: O ṣé, ó dàárọ̀.

Tradução

K – Como vai Sànyà?
S – Bem. Boa noite.
K – Boa noite. Seu irmão mais velho, onde ele está?
S – Ele não retornou.
K – Sem problemas, eu retornarei amanhã.
S – Sem problemas. Obrigado, boa noite.
K – Obrigado, boa noite.

3) Ìkíni àti ìpàdé (Saudações e encontros/reuniões)

Dúpẹ́: Ẹ káàárọ Sà.
Bàbá Dúpẹ́: káàárọ, pẹ̀lẹ́. Ṣé dáadáa l’o jí?
Dúpẹ́: A Dúpẹ́, Sà.
Bàbá Dúpẹ́: Ṣé o ti jẹun?
Dúpẹ́: Rárá Sà. Mo ṣẹ̀ṣẹ̀ jí ni.
Bàbá Dúpẹ́: Tètè lọ jẹun. Èmi ń lọ síbi iṣẹ́. Mi ò ní í pẹ́ dé.
Dúpẹ́: Kò burú Sà. Ó dàbọ̀ Sà.
Bàbá Dúpẹ́: Ó dàbọ̀.

Tradução
D – Bom dia senhor.
B – Bom dia, olá. Você levantou bem?
D. Sim, obrigado, senhor.
B – Você já comeu?
D – Não, senhor. Eu acabei de me levantar.
B – Vá comer rápido. Eu estou indo para o trabalho. Eu não quero voltar atrasado para casa.
D – Sem problemas, senhor. Até logo senhor.
B – Até logo.

4) Sísọ̀rọ̀ nípa ènìyàn

(Falando a respeito de pessoas)
Kúnlé (K) retorna no dia seguinte e encontra Túnjí (T):
K: Túnjí, báwo ni nǹkan?
T: Dáadáa ni. Jọ̀wọ́ má bínú.
K: Níbo l´o lọ lálẹ́ àná. Mo wá sí ilé ẹ lẹ́ẹ̀mejì lálẹ́ àná.
T: Mo gbọ́ bẹ́ẹ̀. Mo lọ rí ọmọ kíláàsì mi kan ni.
K: Ki l´orúkọ ẹ̀?
T: Kimberly.
K: Ọmọ ìlú ibo ni?
T: Ọmọ ìlú Amẹ́ríkà ni, ṣùgbọ́n ó jẹ́ akẹ́kọ̀ọ́ ní yunifásístì ti Ìbàdàn nísisìyí. Àwọn ẹbi ẹ̀ ń gbé ní New York.
K: Ṣé a lè jìjọ lọ kí i lọ́la?
T: Bóyá.

Tradução
K – Túnjí, como vão as coisas?
T – Bem. Por favor, não me aborreça.
K – Aonde você foi ontem à noite? Eu estive em sua casa duas vezes ontem à noite.
T – Eu ouvi isso. Eu fui ver minha colega de classe.
K – Qual é o nome dela?
T – Kimberly.
K – Qual é a nacionalidade dela?
T – Ela é cidadã norte americana,mas ela tornou-se aluna da universidade de Ibadan agora. Seus familiares moram em New York.
K – Será que podemos ir juntos visitá-la amanhã?
T – Talvez.

Vocabulário

Àṣẹ: assim seja.
Ire – sorte.
ọmọ - filho.
Owó – dinheiro.
ọlà – prosperidade, riqueza.
Ẹ̀kọ́ – conhecimento, sabedoria, lição.
Ayọ̀ – alegria.
Ifẹ́ – amor.
ọ̀rẹ́ – amigo.
Ẹ̀rọ̀ – Calma, realização, harmonia
Ilé – casa, moradia.
Ounjẹ - alimento, comida.
Aláàfíà – paz, saúde, bem estar completo.
Àfo – abertura, oportunidade de emprego, vaga.
Iṣẹ́ – trabalho, ocupação, emprego.
Ṣire – divertimento, festa.
ọ́dún – festa.

Referências Bibliográficas

NAPOLEÃO, Eduardo. Vocabulário yorùbá. Rio de Janeiro, Pallas, 2010.
SÀLÁMÌ, Síkírù. Cânticos dos orixás na África. são Paulo> Editora Oduduwa, 1991.

Conflitos na comunidade afrobrasileira: a conciliação como proposta de solução

(José Benedito de Barros)


O presente texto pretende propor a conciliação como forma principal de resolução de conflitos individuais e coletivos na sociedade em geral e, em especial, na comunidade afrobrasileira.

Conflitos interindividuais, intergrupais, intercomunitários, nacionais e internacionais... Isso não constitui novidade. Conhecemos a história da humanidade o suficiente para saber que os registros de conflitos e disputas foram e são uma constante.

Na Comunidade afrobrasileira não é diferente. São inúmeros os casos de conflitos internos, desde o tempo da escravidão até os dias de hoje. Quem não se lembra do Levante dos Malês (1835)? Segundo Reis (2003), os malês foram denunciados por rivais africanos igualmente escravizados. Isso acontecia constantemente nas fazendas do período escravocrata. Havia capitães do mato negros e até escravos libertos que tinham escravos.

No Movimento Negro contemporâneo os conflitos e disputas são uma constante desde o seu surgimento. Aprender a resolver estes conflitos adequadamente se constitui num grande desafio para todos do Movimento e da Comunidade afrobrasileira.

Para tratar do problema anunciado, propomos a seguinte sequência: apresentação do conceito de conflito; conflitos e disputas; e, por fim, a defesa da conciliação como processo construtivo de resolução de conflitos.

1. Conceito de conflito.
Segundo Azevedo (2011, p. 107-08), “O conflito pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis”.

Para os objetivos deste texto, precisaremos adaptar a definição de Azevedo. Assim podemos dizer que ocorre conflito quando indivíduos ou grupos divergem em razão de projetos, objetivos, interesses, propostas, estratégias e táticas.

O conflito vira disputa quando as partes se confrontam para fazer valer o que defendem. Assim, há correlação entre os dois conceitos, a ponto de alguns autores entenderem que se trata da mesma coisa. Outros, entretanto, entendem que para haver disputa é necessário que haja um conflito, mas o contrário não é verdadeiro, pois há conflitos que nunca são explicitados, não se materializando em disputas.

2. Conflitos e disputas: Positivos ou Negativos?

Quanto ao significado alguns supõem que conflitos e disputas são coisas negativas e, portanto, devem ser evitadas ou camufladas. Outros, como Deutsch (apud Azevedo, 2011, p. 109), entendem o conflito (e a disputa) “como uma oportunidade de elevado valor social e pessoal”. Tudo depende do processo de resolução, que pode ser construtivo ou destrutivo.

3. A conciliação como processo construtivo de resolução de conflitos.


Há várias formas de se solucionar construtivamente um conflito ou disputa. Vamos mencionar algumas técnicas conciliatórias a título de ilustração.

3.1. Separar as pessoas do problema. É preciso deixar sentimentos pessoais, mágoas e rancores de lado e se concentrar no que interessa (verificar divergências e convergências quanto a projetos, propostas, ideias, etc.).

3.2. Foco nos interesses e não em posições. Às vezes as palavras não revelam adequadamente intenções e interesses. Assim, é preciso deixar claro o que cada um (indivíduo ou grupo) realmente quer, para tornar a conciliação viável.

3.3. Geração de opções de ganhos mútuos. Cada um pode listar os possíveis ganhos comuns e os próprios de cada um, para facilitar a solução.

3.4. Utilização de critérios objetivos. Culpar o outro pelos impasses, conflitos ou disputas, não faz avançar construtivamente o processo. É preciso ser objetivo: explicitar quais são os pontos comuns e os divergentes, utilizar dados estatísticos, informações fundamentadas em pesquisas, etc.

3.5. Melhor alternativa: a negociação de um acordo. Quando não há uma alternativa melhor, o melhor é negociar.

Palavras finais

Pensamos que a conciliação oferece técnicas adequadas para a sociedade em geral e a comunidade afrobrasileira a lidar com seus conflitos e disputas internas.
Acreditamos que as técnicas podem auxiliar a mapear os conflitos e disputas, separando as reais divergências e convergências das disputas meramente emocionais.

Cremos, entretanto, que a conciliação não irá resolver tudo. Principalmente quando estão em jogo princípios e projetos de sociedade. Um projeto que defende uma sociedade democrática, libertária, igualitária e solidária, baseada em valores multiculturais, respeitadora da diversidade étnica, cultural, etária, de gênero, etc., estará sempre em conflito e em disputa com um projeto de sociedade ditatorial, preconceituosa e discriminadora.

Entretanto, mesmo não resolvendo todos os problemas, é bom saber que disputas e conflitos não são necessariamente ruins, pois podemos aprender muito com eles, na medida em que nos esforcemos para isso.


Referências bibliográficas

AZEVEDO, A. G. Teoria do conflito e os mecanismos autocompositivos. In: Psicologia Judiciária. In: Concurso da Magistratura: Noções gerais de direito e formação humanística. São Paulo: Saraiva 2011.
REIS, J. J.. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês (1835). São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

José Benedito de Barros. Mestre em Educação, Especialista em Direito Processual Civil, Bacharel em Direito. Licenciado em Filosofia. Advogado, Professor (Olùkó) de Língua Yorùbá (Africana), Diretor do Sintrajud – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário da União, no Estado de São Paulo, Conselheiro do Comicin de Limeira – Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro. Membro do Movimento Ginga de Limeira-SP.

Contato: email: jbenebarros@yahoo.com.br – Blog: http://www.profjosebenedito.blogspot.com

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ỌDÚN 2012: ÀWA FẸ́ ỌLÀ: NÓS QUEREMOS PROSPERIDADE NO ANO DE 2012.

Meus amigos, minhas amigas, alunos, seguidores e leitores, estou de volta depois de mais de um mês sem postar.
Este ano promete. Um Bàbálorìṣà de Limeira me disse que 2012 é um ano propenso à prosperidade, ọlà, na língua yorùbá. Pois então, que venha a prosperidade. Para que isso ocorra teremos muito o que fazer nesse ano. Seguem algumas pistas abaixo.

Política.
Parece que o bom comportamento (ìwà pẹ̀lẹ́ ou ìwà rere) está querendo virar exceção, quando deveria ser regra, tanto na vida privada quanto na pública. Não podemos deixar isso acontecer. O combate à corrupção deve ser uma bandeira de luta, tanto no plano individual quanto coletivo.

Línguas Africanas.
Retomaremos as aulas de língua yorubá (èdè yorùbá) em Limeira. Defendo que oficializemos nosso grupo de estudos. Sugiro até um nome: GELAFRICA – Grupo de Estudos de Culturas e Línguas Africanas. A idéia é a seguinte: por ora o grupo permaneceria ligado ao IEG – Instituto Educacional Ginga de Limeira; depois, com um eventual crescimento do grupo, poderemos pensar em sua autonomia. O que acham?

COMICIN.
O Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro de Limeira está em fase de renovação. Novos Conselheiros serão escolhidos. É muito importante que cada cidadão ou cidadã negra participe desse processo, discutindo com antecedência qual a melhor forma de escolha dos conselheiros, interando-se das reivindicações do povo negro, candidatando-se para ser conselheiro do Comicin, mobilizando a população para participar. No dia 28/02/2012, às 19 horas, serão escolhidos 11 membros da sociedade. Cabe ao poder público indicar 06 membros para compor o conselho. Podem ser conselheiros cidadãos engajados na luta contra o racismo e por políticas públicas que beneficiam os cidadãos e as cidadãs negras. Local da Reunião: Rua Senador Vergueiro, 122, Limeira-SP.

IEG.
O Instituto Educacional Ginga fez assembléia dia 21/02/2012 para avaliação e planejamento. Para 2012 o IEG programou o seguinte: 1) Curso de yorubá para principiantes, com início previsto para março; 2) continuidade do curso de yorubá de 2011, com início previsto para março; 3) Realização da segunda edição da entrega do Troféu Abolição para organizações e pessoas que se destacam em trabalhos de melhoria das condições de vida da população, em maio; 4) Realização de seminário regional sobre políticas públicas de promoção da igualdade étnico e racial, em junho; 5) Evento na Praça para divulgação da cultura afro-brasileira, em agosto; 6) Participação no FestAfro (festiva de música afro) de Limeira-SP), em novembro.
Os membros do IEG decidiram também formar uma comissão de mulheres para tratar de temas com corte de gênero e etnia.

Desejo a todos um bom trabalho (Ẹ kú iṣẹ́ gbogbo)