domingo, 31 de outubro de 2010

Brasil tem a primeira mulher presidente: Dilma Roussef

Dilma Roussef do PT é a primeira mulher a ser eleita presidente do Brasil. Assim, ela se junta à história de outras mulheres que também conquistaram o poder. Leia a texto abaixo sobre a trajetória política de outras mulheres.

Dilma tem história semelhante à de outras mulheres no poder
31 de outubro de 2010 • 20h14
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Apesar de ser a primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff (PT) não vai inaugurar uma tradição ao ocupar um cargo tipicamente masculino. A História é plena de exemplos de mulheres chefes de Estado, inclusive na própria América Latina. O Terra selecionou alguns exemplos emblemáticos de mulheres que chegaram ao poder:
Na América Latina:
Costa Rica - Laura Chinchilla Miranda foi eleita presidente da Costa Rica em maio de 2010. Entre 1994 e 2008, ela chefiou os ministérios de Segurança e Justiça. Desde 2008, ocupava o cargo de Ministra da Segurança, mas deixou a pasta para se tornar a candidata do partido liberal à presidência.
Argentina - Cristina Fernández Kirchner foi a sucessora de seu marido, Nestor Kirchner, na presidência da Argentina, e assumiu o cargo em dezembro de 2007. Antes de ocupar a cadeira, Cristina já havia atuado como membro da Assembleia de Santa Cruz (1989 - 1995) e vice-presidente da Assembleia em 1990. Ela também já havia sido eleita senadora e deputada.
Maria Estella Martínez de Perón, conhecida como Isabelita Perón, foi a primeira presidente da Argentina. Ela assumiu o cargo após a morte de seu marido, Juan Perón, do qual ela era vice-presidente, entre os anos de 1974 e 1976. Foi deposta pelo golpe militar e se exilou na Espanha até 1993. Ela é frequentemente confundida com Eva Perón, segunda mulher de Juan.
Chile - Michelle Bachelet Jeria foi a primeira mulher eleita presidente do Chile, cargo que ocupou entre 2006 e 2010. Também foi ministra da Saúde, entre 2002 e 2004. Seu pai, que era militar, foi morto durante a ditadura de Augusto Pinochet. Michelle e sua mãe foram torturadas pelo regime e se exilaram na Austrália, de onde retornaram em 1979.
Panamá - Mireya Moscoso Rodrígez atuou como presidente do Panamá, entre 1999 e 2004, pelo partido Panameñista, liderado por ela desde 1991. Ela foi a primeira presidente mulher a apontar oficialmente uma primeira-dama, sua irmã, Ruby Moscoso de Young. Seu primeiro marido foi Arnulfo Arias Madrid, presidente do Panamá nos anos de 1940, 1949 e 1968.
Bolívia - Lidia Gueiler Tejada foi a segunda sulamericana a assumir uma presidência. A primeira foi a argentina Maria Estella Martínez de Perón, conhecida como Isabelita Perón. Lidia foi a presidente interina da Bolívia entre 1979 e 1980, após o presidente Walter Guevara Arce deixar o governo por causa de um uma tentativa de golpe.
Haiti - O Senado do Haiti aprovou o nome de Michèle Pierre-Louis como presidente do país em setembro de 2008. Ela foi o terceiro nome indicado pelo presidente René Préval para ocupar a vaga, já que os dois primeiros nomes haviam sido rejeitados no processo de ratificação parlamentar. Ela atuou até novembro de 2009.
Domínica - Dame M. Eugenia Charles atuou como primeira-ministra do pequeno país da Domínica, situado entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico Norte, no meio do caminho entre Porto Rico e Trinidad e Tobago, de 1980 a 1995.
As Pioneiras:
Tuva - Khertek Anchimaa-Toka foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidência de um país. Ela assumiu o governo de Tuva, país que hoje faz parte da Rússia, em 1940 e ficou no cargo até 1944. Ela foi ativa na era soviética e durante o período de guerras pela independência nacional.
China - Song Qingling (Sung Ch'ing-ling) foi casada com o fundador da República Chinesa, Doutor Sun Yat-sem, em 1914. Ela é descrita como uma das personalidades de maior destaque na China do século XX. Após a morte de seu marido, em 1925, ela apoiou o regime comunista e foi designada como presidente honorária da República Popular da China, como uma das vice-presidentes entre e 1968 e 1974, período em que nenhum presidente é mencionado no país.
Mongólia - Sühbaataryn Yanjmaa atuou como líder da Mongólia entre setembro de 1953 e julho de 1954. Ela era a viúva de Damdiny Sühbaatar, considerado líder nacional mongol. Ao assumir a função de presidente do Grande Hüral, governo da Mongólia.
As que se tornaram símbolos:
Benazir Bhutto - Foi a primeira mulher a comandar um Estado islâmico. Ela assumiu o governo do Paquistão em 1988, seguindo o legado político de seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, executado em 1970 pelo general Zia ul Haq. Bhutto voltou ao poder em outubro de 1993, mas, assim como no primeiro mandato, foi destituída por acusações de corrupção, improbidade administrativa. Ela se exilou por 10 anos no Reino Unido e Emirados Árabes e voltou ao Paquistão em 2007, para concorrer à presidência, mas foi morta em um atentado suicida em dezembro daquele ano.
Golda Meïr - Atuou como primeira ministra de Israel entre 1969 e 1974. Ela era considerada como a dama de ferro da política israelense, título cunhado mais tarde por Margaret Thatcher. Aos olhos do mundo, Golda representava a personificação do espírito israelense, apesar de ter nascido na Rússia e educada nos Estados Unidos. Quando ela foi designada primeira-ministra, o país exalava confiança após derrotar os árabes na guerra de 1967 conquistando grandes porções territoriais. Sua rígida política nacionalista foi marcada pela frase: "Não existem palestinos".
Margaret Thatcher - Ela ficou conhecida por governar o Reino Unido com "mão de ferro", após o Partido Conservador conseguir maioria no congresso em 1979. Ela comandou o país na Guerra das Malvinas e conseguiu se reeleger com ampla maioria, em 1982. Em 1987, foi mais uma vez reeleita, mas em 1990, renunciou em favor de John Majors, após conflitos internos em seu partido.
Indira Gandhi - Apesar do nome, Indira, a primeira mulher a comandar a Índia, entre 1966 a 1977 e entre 1980 e 1984, não tinha nenhum parentesco com Mahatma Gandhi. Ela iniciou sua carreira política como colaboradora do pai, Jawaharlal Nehru. Durante seu governo nacionalizou bancos e assinou um tratado de amizade com a União Soviética. Em 1971, prestou apoio militar ao movimento que separou parte do leste do país, que se tornou Bangladesh. Em 1975 foi acusada de fraude eleitoral, decretou estado de emergência e passou a governar com poderes semelhantes ao de uma ditadura. Ela foi responsável por políticas de controle de crescimento populacional. Indira foi assassinada em 1984 após ordenar a invasão do Templo Dourado de militantes do grupo Sikh, que provocou mais de 600 mortes. Ela foi morta por dois guardas pessoais que pertenciam ao grupo Sikh.
Johanna Sigurdardottir - Ela assumiu o governo da Islândia em 2009 como a primeira mulher declaradamente homossexual a ocupar o cargo de primeira-ministra no mundo. Johanna foi casada com Porvaldur Steinar Jóhannesson, com quem teve dois filhos, mas se divorciou e casou novamente em 2002 com a jornalista e escritora Jonina Leosdottir.
Países com tradição de mulheres no poder
Suíça - É um dos países que mais elegem presidentes mulheres no mundo. Em Janeiro de 2010, Doris Leuthard foi eleita para presidente da Confederação. Em 2007, a líder suíça eleita foi Micheline Calmy-Rey e em 1999, quem assumiu o cargo foi Ruth Dreifuss.
Filipinas - O país teve ao menos duas mulheres na liderança do governo: Gloria Macapagal-Arroyo, eleita em 2001, apontada pela revista Forbes, como a quarta mulher mais poderosa do mundo em 2005. Entre 1986 e 1992, o país foi governado por Maria Corazón Sumulong Cojuangco Aquino, responsável por liderar o movimento de derrubada do ditador Ferdinand Marcos.
Irlanda - O país teve duas presidentes no comando do país. A primeira foi Mary Robinson que ficou no poder entre 1990 e 1997. Em seguida, outra mulher assumiu o poder, Mary McAleese, reeleita em 2004.
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4765833-EI15315,00-Dilma+tem+historia+semelhante+a+de+outras+mulheres+no+poder.html

sábado, 30 de outubro de 2010

Dilma x Serra: o último debate

Serra e Dilma fazem último debate sem confronto direto
Yahoo! Brasil
Por Alberto Oliveira, especial para o Yahoo! Brasil
Os dois candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), participaram na Rede Globo do último debate antes da eleição deste domingo. O modelo e o clima do encontro foi bem diferente dos debates anteriores entre os presidenciáveis, e contrastou muito com o clima de tensão que marcou a reta final campanha.
Os candidatos responderam a perguntas de eleitores indecisos, selecionados previamente pela produção do programa. Não houve perguntas de jornalistas ou de um candidato para o outro. O modelo de arena favoreceu a exposição de propostas de governo, mas o debate teve momentos monótonos. Em poucas ocasiões, os candidatos partiram para ataques indiretos, mas tudo muito distantes da troca de farpas que marcou os embates anteriores.
Recordando o tom da campanha, Dilma terminou sua participação lamentando "a grande quantidade de calúnias" que foram inventadas contra ela, "pela internet e por telefonemas". Ela afirmou não guardar mágoas e disse que tem "um compromisso com todos os brasileiros de melhorar as condições de vida, principalmente na área da educação."
Já Serra se despediu, assim como nos debates anteriores, lembrando sua trajetória política, dizendo que veio de uma "família humilde" e que conseguiu ser eleito deputado, prefeito e governador.
Início do debate
O primeiro tema abordado foi a dos servidores públicos. José Serra disse defender “a carreira, o concurso, a valorização dos profissionais de cada área. Sem isso, não teremos um bom serviço público. Precisamos de muitos avanços nessa área.” Serra completou: “E precisa de incentivo material também. Isso vale para todas as áreas, educação, saúde, etc. Defendo que os servidores públicos tenham aposentadoria integral.” Dilma Rousseff prometeu ter “um compromisso forte com a educação”. Segundo ela, “todo mundo fala em melhorar a educação, mas esquece quem garante a qualidade é o professor, e ele precisa ser bem remunerado e preparado. O funcionário é um ser humano, e precisa ser valorizado.”
A segunda pergunta foi “O que fazer para garantir boa renda aos jovens do campo”. Dilma citou o programa “Luz Para Todos”, um dos temas que mais destacou durante a campanha, e disse que “é preciso ser dado para o agricultor e o filho do agricultor a mesma formação que o jovem da cidade tem, ou seja, é preciso investir em educação. Assim o filho do agricultor pode voltar, por exemplo, como agrônomo formado.” Serra disse que para ter renda é preciso ter crédito. “Hoje o agricultor tem um grau de endividamento muito alto. É preciso rever essa questão. Com a política de juro alto e real valorizado, o agricultor do Sul perde em competitividade para o agricultor da Argentina ou do Uruguai, por exemplo.” O tucano também reclamou das estradas no Brasil. “Isso encarece o custo do transporte da produção.” Na tréplica, Dilma afirmou que foi quadruplicado durante o governo Lula o estoque de crédito no país. “O aumento de preços é sazonal. O arroz caiu, mas o feijão e a carne aumentaram, é verdade, mas isso é sazonal. A inflação está em 5% ao ano, dentro da meta.”
O terceiro tema foi mais polêmico: corrupção. Serra disse: “O trabalho contra a corrupção começa por fortalecer os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas, o Ministério Público (...) e a imprensa, que é quem descobre grande parte das irregularidades que acontece, e também a Legislação, porque o grau de impunidade é grande. Vimos estoques de grande porte e ninguém foi preso.” Dilma disse que, “a partir da profissionalização da Polícia Federal, passamos a ter a punição de pessoas do mais alto escalão. Tem de investigar, doa a quem doer.”
O quarto tema foi segurança pública. Dilma disse ser fundamental “manter e expandir a bolsa de formação do policial”. Ela propõe também a criação de “polícias comunitárias, principalmente em bairros pobres. Seriam locais com a atividade concentrada da polícia.” Serra propõe a criação do Ministério da Segurança. “Enquanto armas e drogas entrarem no país através do contrabando, as ações contra o crime não serão suficientes.”
Segundo bloco
No segundo bloco, a pergunta inicial foi sobre saneamento básico. Dilma começou a resposta falando em investimento contra enchentes. Ela disse que o maior problema é que “sem uma política correta de habitação, as pessoas procuram lugares impróprios para morar, como encostas de morro, por isso pretendo ampliar o programa Minha Casa, Minha Vida.” Ela prometeu ainda “triplicar os investimentos em saneamento básico.” Serra começou respondendo que a falta de saneamento afeta a saúde. “E com as mudanças climáticas, temos visto tragédias como enchentes, e não há estrutura para coibir isso.”
A segunda pergunta foi sobre educação e os baixos salários dos professores. Serra deu exemplos de países como a Coreia do Sul e falou em “pacto que aja por cima de interesses partidários”. Ele disse que, como governador e prefeito, adotou a estratégia de ter dois professores por sala no primeiro ano do ensino básico. Dilma focou sua resposta na necessidade de se pagar bem o professor. “O Brasil só sairá da condição de país emergente para desenvolvido quando tivermos uma boa educação, com professores bem formados e bem pagos.” Na tréplica, Serra fez o primeiro ataque ao PT, lembrando que a eleitora que fizera a pergunta é da Bahia, “um estado governado pelo PT, e onde não foi resolvida a questão da educação.
A terceira pergunta foi sobre legislação trabalhista, e desoneração da folha salarial. Dilma lembrou que o governo gerou 15 milhões de empregos nos últimos anos, mas “é preciso reduzir a carga tributária para gerar ainda mais empregos.” Ela propõe reduzir o tributo das micro e pequenas empresas, “onde se gera a maior quantidade dos empregos do país.” Serra também falou em redução da carga tributária e acrescentou que “há outras formas de ajudar as microempresas, como o programa do Banco do Povo, com crédito a juros de pai para filho.”
Saúde foi o tema da quarta pergunta do segundo bloco. Serra disse que “nossa saúde andou pra trás nos últimos anos, com recuo nos investimentos.” Dilma disse que o sistema “é incompleto ainda, mas já era incompleto antes.” Na tréplica, Serra falou em “turbinar os genéricos.”
Último bloco
No terceiro bloco, o primeiro tópico foi a questão ambiental. Dilma falou nos avanços na questão do desmatamento e afirmou que vai continuar focando nas áreas de preservação das reservas ambientais. Serra falou ser “perfeitamente possível” investir em estrutura, como na ampliação da rodovia Transamazônica, “sem desmatamento.” Ele falou na extração de produtos da Amazônia para exportação.
O tópico seguinte foi política social, com foco no Bolsa Família. Serra falou em fortalecer esse projeto, e dar qualificação profissional a seus beneficiários. Dilma, já um pouco rouca, disse que em São Paulo a política social é tocada pelo governo federal, uma clara estocada em Serra, já que o estado é governado pelo PSDB há 16 anos. Ela citou que 1,4 milhão de famílias se beneficiam do Bolsa Família em São Paulo. “E o Bolsa Família não está sozinho. Ele se articula com o Luz Para Todos e o programa de Agricultura Familiar.”
O próximo tópico foi impostos. O eleitor responsável pela pergunta lembrou que paga impostos, mas se sente obrigado a colocar os filhos em escolas particulares e a pagar um plano de saúde por não confiar nos serviços oferecidos pelo governo. Dilma afirmou que essas áreas têm apresentado melhorias, lembrando, por exemplo, do ProUni, programa em que o governo oferece bolsas de estudos em faculdades pagas a alunos de famílias de baixa renda. Serra lembrou que o “Impostômetro” atingiu R$ 1 trilhão esta semana e falou em desoneração de serviços e produtos como os da cesta básica. Na tréplica, Dilma disse que o governo está arrecadando mais porque a economia está mais fortalecida. Falou também na importância de um “serviço público de qualidade”.
A última pergunta foi sobre previdência social. O eleitor falou dos brasileiros que trabalham na informalidade, perguntando o que pode ser feito para que essas pessoas “se aposentem com dignidade.” Serra falou em ter “uma economia forte”. Disse que o Brasil é “um dos países que menos investe no mundo.” Dilma citou o MEI, programa Micro Empreendedor Individual, criado no governo Lula para tirar trabalhdores da informalidade. “Reduzimos impostos para pequenos e microempreendedores, demos crédito a essas pessoas, e hoje temos uma economia forte desde 2003 – não é portanto um voo de galinha.”
http://br.eleicoes.yahoo.net/noticias/4740/serra-e-dilma-fazem-ltimo-debate-sem-confronto-direto.html

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Grupo de católicas: Fala do Papa sobre eleição é desrespeito

Sexta, 29 de outubro de 2010, 18h38 Atualizada às 18h52
Grupo de católicas: Fala do Papa sobre eleição é desrespeito
Dayanne Sousa
O grupo Católicas pelo Direito de Decidir divulgou nesta sexta-feira (29) uma nota em que critica o Papa Bento 16 por pregar o envolvimento de religiosos nas eleições. "Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado", ataca o texto.
Falando a bispos do Maranhão que faziam uma visita, o Papa cobrou uma ação dos religiosos brasileiros na campanha política contra o aborto. Bento 16 afirmou que "os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". Defendeu ainda que "quando os projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado".
Em resposta ao discurso papal, a entidade de mulheres católicas afirma que o Pontífice não poderia falar em democracia sendo ele "o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré-moderna e piramidal e patriarcal". "Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas ideias", arremata.
Leia a nota na íntegra
O Papa em sua última declaração, dirigida diretamente aos bispos brasileiros afirmou que os projetos políticos que contemplam a descriminalização do aborto ou da eutanásia traem o ideal democrático. Esse é o mesmo Papa que quando responsável pela Congregação da Doutrina da Fé, condenou a Teologia da Libertação por considerá-la "política".
Nossa perplexidade: Como o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré moderna e piramidal e patriarcal pode falar em democracia? Como cobrar democracia dos Estados e líderes políticos, se a Igreja Católica ignora as vozes de seus/as fiéis que há tempo vem pedindo o direito de escolher seus bispos? Só é eficaz a exigência da democracia por parte de quem a vive como um ideal.
Democracia inclui o direito de opinar sobre os temas de interesse coletivo. No debate democrático se constroem posições de consensos ou se mantém o dissenso, mas todos/as têm o direito de falar. O Papa, assim como o Rabino, a Mãe de Santo, o Pastor, o Monge Budista e todos/as representantes religiosos devem ser ouvidos e tratados com igual importância. Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas idéias, desde que essas orientações dirijam-se unicamente aos fiéis daquela igreja. Mesmo assim, há que respeitar a liberdade de consciência de cada cidadão/ã que deve votar a partir de suas próprias convicções. A escolha cidadã não pode ser tutelada. O bispo de Guarulhos, D. Luiz Bergonzini infringiu os princípios democráticos, a laicidade do Estado ao divulgar os 2 milhões de panfletos contra a candidata do atual governo. Tentou interferir diretamente na consciência eleitoral da população católica. No Brasil há mais de cem anos, vivemos um regime de separação entre igreja e Estado, isso deve ser respeitado. Será que o bispo D. Luiz Bergonzini agiu de forma democrática? O Papa entende que isto é democracia?
Há questões que correspondem tão somente aos/às cidadãos/ãs de um país. Eleição é uma delas. Trata-se de um princípio tão fundamental e "sagrado" da democracia que organismos como a ONU enviam seus representantes para que zelem pela retidão de processos eleitorais em países fragilizados do ponto de vista da democracia. Como pode então um chefe de outro Estado, que também é chefe religioso de uma igreja interferir em processos políticos do nosso país? Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado!
O Papa também fala da promoção do bem comum. Quais são os critérios e valores utilizados para definir o "bem comum"? Diminuir o índice de mortalidade materna provocado por abortos clandestinos e inseguros não faz parte do "bem comum"?
Nós, Católicas pelo Direito de Decidir - parte desta Igreja formada pelo povo de Deus- vimos a público manifestar nossa divergência com a orientação papal. Afirmamos nossa fé, e entendemos que ser católico/a é ser fiel à própria consciência, um chefe religioso não pode interferir na liberdade de consciência. Esse é um princípio básico do Cristianismo. Jesus também falou aos homens do templo, não se conformou com os hábitos e vícios da hierarquia judaica e é a Ele, que nós seguimos.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4763088-EI6578,00-Grupo+de+catolicas+Fala+do+Papa+sobre+eleicao+e+desrespeito.html

Grupo de católicas: Fala do Papa sobre eleição é desrespeito

Sexta, 29 de outubro de 2010, 18h38 Atualizada às 18h52
Grupo de católicas: Fala do Papa sobre eleição é desrespeito
Dayanne Sousa
O grupo Católicas pelo Direito de Decidir divulgou nesta sexta-feira (29) uma nota em que critica o Papa Bento 16 por pregar o envolvimento de religiosos nas eleições. "Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado", ataca o texto.
Falando a bispos do Maranhão que faziam uma visita, o Papa cobrou uma ação dos religiosos brasileiros na campanha política contra o aborto. Bento 16 afirmou que "os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". Defendeu ainda que "quando os projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado".
Em resposta ao discurso papal, a entidade de mulheres católicas afirma que o Pontífice não poderia falar em democracia sendo ele "o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré-moderna e piramidal e patriarcal". "Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas ideias", arremata.
Leia a nota na íntegra
O Papa em sua última declaração, dirigida diretamente aos bispos brasileiros afirmou que os projetos políticos que contemplam a descriminalização do aborto ou da eutanásia traem o ideal democrático. Esse é o mesmo Papa que quando responsável pela Congregação da Doutrina da Fé, condenou a Teologia da Libertação por considerá-la "política".
Nossa perplexidade: Como o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré moderna e piramidal e patriarcal pode falar em democracia? Como cobrar democracia dos Estados e líderes políticos, se a Igreja Católica ignora as vozes de seus/as fiéis que há tempo vem pedindo o direito de escolher seus bispos? Só é eficaz a exigência da democracia por parte de quem a vive como um ideal.
Democracia inclui o direito de opinar sobre os temas de interesse coletivo. No debate democrático se constroem posições de consensos ou se mantém o dissenso, mas todos/as têm o direito de falar. O Papa, assim como o Rabino, a Mãe de Santo, o Pastor, o Monge Budista e todos/as representantes religiosos devem ser ouvidos e tratados com igual importância. Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas idéias, desde que essas orientações dirijam-se unicamente aos fiéis daquela igreja. Mesmo assim, há que respeitar a liberdade de consciência de cada cidadão/ã que deve votar a partir de suas próprias convicções. A escolha cidadã não pode ser tutelada. O bispo de Guarulhos, D. Luiz Bergonzini infringiu os princípios democráticos, a laicidade do Estado ao divulgar os 2 milhões de panfletos contra a candidata do atual governo. Tentou interferir diretamente na consciência eleitoral da população católica. No Brasil há mais de cem anos, vivemos um regime de separação entre igreja e Estado, isso deve ser respeitado. Será que o bispo D. Luiz Bergonzini agiu de forma democrática? O Papa entende que isto é democracia?
Há questões que correspondem tão somente aos/às cidadãos/ãs de um país. Eleição é uma delas. Trata-se de um princípio tão fundamental e "sagrado" da democracia que organismos como a ONU enviam seus representantes para que zelem pela retidão de processos eleitorais em países fragilizados do ponto de vista da democracia. Como pode então um chefe de outro Estado, que também é chefe religioso de uma igreja interferir em processos políticos do nosso país? Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado!
O Papa também fala da promoção do bem comum. Quais são os critérios e valores utilizados para definir o "bem comum"? Diminuir o índice de mortalidade materna provocado por abortos clandestinos e inseguros não faz parte do "bem comum"?
Nós, Católicas pelo Direito de Decidir - parte desta Igreja formada pelo povo de Deus- vimos a público manifestar nossa divergência com a orientação papal. Afirmamos nossa fé, e entendemos que ser católico/a é ser fiel à própria consciência, um chefe religioso não pode interferir na liberdade de consciência. Esse é um princípio básico do Cristianismo. Jesus também falou aos homens do templo, não se conformou com os hábitos e vícios da hierarquia judaica e é a Ele, que nós seguimos.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4763088-EI6578,00-Grupo+de+catolicas+Fala+do+Papa+sobre+eleicao+e+desrespeito.html

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Caso de discriminação na Unesp: "rodeio das gordas"

Unesp cria comissão para apurar 'rodeio das gordas'
O colegiado da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis (SP), decidiu hoje criar uma comissão disciplinar para apurar o envolvimento de alunos no chamado "rodeio das gordas". Nos jogos universitários realizados entre os dias 10 e 13, em Araraquara, estudantes obesas foram agarradas e humilhadas pelos colegas. A decisão foi aprovada pelos 30 representantes da diretoria, funcionários, professores e alunos da escola numa reunião de mais de três horas.
portaria deve ser publicada amanhã. A comissão tem poder para convocar qualquer pessoa que possa dar informações sobre o caso e terá um mês para apresentar os resultados, mas o prazo pode ser ampliado. Enquanto o órgão máximo da escola se reunia num auditório, os alunos protestavam contra a demora da universidade para se posicionar sobre as agressões. Com faixas e cartazes, cerca de 200 estudantes ocuparam a entrada do prédio principal. "Queremos que a Unesp tome medidas que demonstrem o repúdio da instituição a esses atos de violência", disse a doutoranda em Psicologia Erika Oliveira.
Alunas manifestaram solidariedade às colegas agredidas portando cartazes com frases como "Abaixo a Ditadura do Corpo", "Ser Mulher não é Ser Boneca" e "Por uma Universidade sem Opressão, Preconceito e Violência". As duas estudantes do campus de Assis que foram agredidas não compareceram.
Por decisão dos familiares, elas não estão comparecendo às aulas e se mantém distantes da imprensa. "A última coisa que queremos é expor essas meninas que já estão feridas e assustadas", disse a advogada Fernanda Nigro, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Sexualidade (Neps), que acompanha o caso. Amigos das garotas disseram que elas estão em casas de familiares, em outras cidades. Os estudantes apontados como agressores também faltam às aulas. O estudante Roberto Negrini, que tinha classificado o "rodeio" como uma brincadeira e manifestado arrependimento, foi orientado pelos pais, advogados, a não falar com a imprensa.
Punição
Em Assis, hoje, os estudantes se dividiam entre os que exigiam punição para os culpados e aqueles preocupados com a imagem da universidade. "Não foi só em Assis que aconteceu isso, mas nosso campus foi o único que se posicionou", disse Camila Galvão, estudante de Letras. A aluna de Psicologia Ana Carolina Wershing disse que o bullying continua acontecendo na escola. Ela citou o caso de uma amiga que, desde o primeiro ano de faculdade, sofre discriminação por sua opção sexual. Já Heloisa Helena Soratto e Silva lembrou que a Unesp de Assis tem forte tradição feminista por abrigar cursos de Letras e Psicologia. "Não estamos deixando isso morrer".
Depois dos protestos, os alunos acompanharam a reunião do colegiado pela vidraça, do lado de fora. Eles vibravam quando os representantes falavam em apuração e punição. O diretor em exercício, Ivan Rocha, disse defender uma avaliação rigorosa dos casos que considerou de extrema violência. "É uma instituição pública, bancada com a economia popular", disse.
Alguns professores atacaram a imprensa, que teria dado tratamento sensacionalista ao caso. Um deles disse que a Unesp tinha 50 anos de tradição e não devia ser "cobrada" a aplicar punições. No final, a congregação da Unesp de Assis aprovou uma moção de "veemente repúdio" contra os atos de violência praticados contra as alunas. Também aprovou um desagravo às alunas e seus familiares.
http://br.noticias.yahoo.com/s/28102010/25/manchetes-unesp-cria-comissao-apurar-rodeio.html

Dia do Servidor Público

Dia do Servidor Público

Parabenizo a todos os servidores públicos. Servidor municipal, estadual, federal ou distrital; servidor do poder executivo, legislativo ou judiciário; funcionários e servidores das autarquias, empresas públicas e de economia mista. Todos merecem ser lembrados.
Em homenagem a vocês e a todos aqueles pretendem ser servidores públicos apresento abaixo uma resenha do livro O monge e o executivo, feita por Joao Beauclair.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2004.


RESENHA: O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança.

RESENHA

Desde o prólogo, este livro prende nossa atenção, pois escrito de um modo claro e envolvente, faz com que o leitor passe a refletir sobre suas ações e, com isso, compreenda melhor a própria vida.

No capítulo 1, o autor preocupa-se com as definições de poder, autoridade e limites, fazendo com que o grupo que está trabalhando com o Simeão, personagem criado pelo autor para ser o responsável pela aventura de rever conceitos em cinco outros personagens, construa, a partir do diálogo, suas próprias apreensões sobre os temas. Ouvir, estar atento ao que se passa é um dos aspectos principais do líder, além dos aspectos morais e éticos.

Ao exercício da liderança é preciso tomar decisões pessoais e aplicar princípios, pois existe uma diferença entre liderança e gerência: na liderança o líder lidera pessoas enquanto na gerência o gerente gerencia coisas.

O líder influencia os outros, faz com que a energia se mova e que com a sinergia o encontro entre pessoas aconteça de fato. Para o autor, é a qualidade de caráter de cada pessoa que faz a importância dos relacionamentos, pois ao trabalhar com pessoas o que deve ser objetivado é a tarefa a ser realizada sem desprezar os relacionamentos.

Neste sentido, liderança é executar as tarefas enquanto se constrói em relacionamentos, que sejam frutos de relações saudáveis, onde as necessidades legítimas sejam trabalhadas como princípio de qualidade de caráter e os comportamentos habituais sejam escolhidos num esforço de relacionamento que, para ser bem sucedido, é obtido a partir da confiança.

Pensamentos e emoções, ações e responsabilidades caminham juntas quando se busca uma maior qualidade nas relações.

No capítulo 2, intitulado “O velho paradigma” a discussão perpassa, inicialmente, sobre a importância de sermos bons ouvintes, mostrando-nos que interromper as pessoas no meio de uma frase é enviar algumas mensagens negativas, o que demonstra que estamos com a cabeça ocupada com a resposta, mesmo sem prestar muita atenção no que o outro diz. O autor chama a nossa atenção para o fato de que se não se ouve realmente, não se valoriza a opinião alheia.

Ressalta que os sentimentos de respeito são essenciais para que se lidere um determinado grupo e que no inconsciente e nos sonhos existem muitas riquezas. Na voz de Simeão, o autor nos relembra que não são as coisas materiais que trazem alegria na vida e que os maiores prazeres da vida são totalmente grátis.

Interessante o modo que ele explica o que é paradigma, percebido com um filtro através do qual o nosso pensar chega às decisões. Demonstra a necessidade de desafiarmos nossos paradigmas à compreensão do mundo exterior e de suas noções sobre o que é progresso. Para tanto, também demonstra na página 47 o estilo piramidal de administração, concebido com um velho paradigma, que precisa ser modificado para a melhoria dos processos de liderança. No novo paradigma, a tarefa maior é remover obstáculos enquanto no velho paradigma colocar obstáculos parecia ser o essencial.

Para o autor, um líder é alguém que identifica e satisfaz as necessidades legítimas de seus liderados e, para tanto, necessário é saber o significado e o sentido do verbo servir, pois para liderar é preciso servir, com limites, responsabilidades e estímulos para se tornarem melhores, percebendo as diferenças entre necessidades e vontade e com uma forte dosagem de flexibilidade.

Na voz de uma outra personagem, o autor trás a hierarquia das necessidades humanas de Abraham Maslow, psicólogo experimental e professor de Psicologia na Universidade de Brandeis, que apresenta os cinco níveis de necessidades.

Após discutir com o grupo sobre a questão, Simeão resume a discussão do dia afirmando que “auto-realizar-se é tornar-se o melhor que você pode ser ou é capaz de ser, é alcançar a própria excelência”.

No capítulo três, intitulado “O modelo” os temas voltam-se para a percepção primeira que temos dos fatos e das coisas, ressaltando que as coisas nem sempre são como parecem ser e o cuidado que devemos ter antes de fazer julgamentos rápidos. Destaca ainda a importância da opinião contrária, o cuidado antes de emitirmos um juízo de valor e a necessidade de manter o equilíbrio, colocando que em muitos momentos precisamos é ativar nossas capacidades de obediência que, em alguns momentos serve para quebrar o falso ego e o orgulho.

Destaca Jesus Cristo como o maior líder de todos os tempos, pois ser líder é servir, é colocar a liderança a serviço e, com isso, influenciar pessoas.

Modelo de liderança
Liderança e autoridade,
Serviço e sacrifício
Amor
Vontade

Com a fórmula Intenções – ações = nada, chama nossa atenção para o fato de que sem as devidas ações, nossos objetivos não poderão ser alcançados. As intenções de liderar devem ser pautadas nas ações, pois a liderança exerce-se ao longo do tempo e deve ser construída sobre a autoridade. Para tal, os relacionamentos devem ser percebidos como exercício e aceitação da influência, que na verdade é a capacidade de levar as pessoas a realizarem suas vontades por conta de sua influência pessoal, resultada do envolvimento e comprometimento, do serviço e do sacrifício.

Jesus, segundo o autor, foi o maior líder neste sentido, mas são citados outros exemplos de lideres que se enquadram no modelo proposto: Gandhi e Martin Luther King, por exemplo. Com a máxima “você colhe o que planta”, enfatiza que serviço e sacrifício são ações para realizar as intenções e que se o amor é fundamentado na vontade, a liderança começa com a vontade. O capítulo termina afirmando, através da fala de um dos personagens que a liderança é a identificação e satisfação das necessidades.

No capítulo quatro, intitulado “O verbo” a grande idéia desenvolvida é a de que facilitar discussões e extrair pensamentos interessantes de cada participante é uma possibilidade interessante do líder atuar. Falar com alguém que presta atenção a cada palavra nos faz sentirmos valorizados e importantes. E se desafiado, ficar numa posição segura, expor claramente as suas posições a respeito das coisas. Simeão pergunta para John o que ele estava aprendendo ali. E a resposta é o modelo de liderança de Simeão, que logo lhe diz que o modelo de liderança não é dele, é de Jesus.

Religião é crença e respeito, um paradigma que nos auxilia nas questões existenciais. Mais uma vez, Simeão fala a respeito dos relacionamentos, que para crescerem e amadurecerem precisam ser cuidadosamente desenvolvidos e alimentados.

Adiante, quando terminam a conversa antes da aula, uma excelente colocação é feita por Simeão: perguntar e buscar a verdade faz com que se encontre o que se procura. Começam a aula sobre um novo tópico, o amor, definido inicialmente por afeição, ligação calorosa, atração baseada em sentimentos sexuais. As palavras gregas “eros”, “storgé”, “philo” “agape/agapó” são colocadas para frisar o que esta palavra AMOR pode significar. Aqui fica claro que o amor é traduzido pelo comportamento e pela escolha. Dizer e fazer não são a mesma coisa, pois amor e liderança precisam na união destas duas dimensões humanas: o falar e o fazer. No texto, o autor lembra o trecho da Bíblia presente na Epístola aos Coríntios, capítulo treze. Comparam o amor deste trecho bíblico com a lista de qualidades de liderança que elaboraram anteriormente.

AUTORIDADE E LIDERANÇA AMOR AGAPÉ
Honesto, confiável. Paciência.
Bom modelo. Bondade.
Cuidadoso. Humildade.
Comprometido. Respeito.
Bom ouvinte. Generosidade.
Mantém as pessoas responsáveis. Perdão.
Trata as pessoas com respeito. Honestidade.
Incentiva as pessoas. Compromisso.
Atitude positiva, entusiástica.
Gosta de pessoas.


Adiante, definem as palavras, para clarificarem seus sentidos.
DEFINIÇÕES
Paciência: mostrar autocontrole.
Bondade: dar atenção, apreciação, incentivo.
Humildade: ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância.
Respeito: tratar os outros como pessoas importantes.
Generosidade, abnegação: satisfazer as necessidades dos outros.
Perdão: desistir de ressentimento quando enganado, prejudicado.
Honestidade: ser livre de engano.
Compromisso: ater-se às suas escolhas.
Resultados: serviço e sacrifício; pôr de lado suas vontades e necessidades; buscar o maior bem para os outros.

No capítulo, “O ambiente”, John, em sua conversa matinal com Simeão, fala sobre suas dificuldades de amar a si mesmo e aos outros. Simeão, com sua sabedoria e experiência, fala sobre o amor, sobre Deus e sobre a fé, mostrando-nos o como é complexo viver. Ressalta que comportamentos positivos acabam por produzir sentimentos positivos.

Na “aula”, com os outros personagens, Simeão inicia o dia falando sobre a importância da criação de um ambiente saudável, para as pessoas crescerem enquanto seres humanos e terem sucesso. Usa, para tal, a metáfora do jardim. Criando as condições adequadas podemos fazer com que o crescimento aconteça. Para nós, seres humanos, este princípio é especialmente verdadeiro. O cuidado é essencial, a atenção é fundamental, pois o líder é responsável pelo ambiente que existe em sua área de influência. Para tanto, é preciso estabelecer as normas e de comportamento, ou seja, o que é possível e o que não é.

A elaboração de políticas e procedimentos que todos devem seguir. O papel da motivação para a mudança é essencial e motivação deve ser vista como qualquer comunicação que influencie escolhas.

No capítulo seis: “A escolha” o tema central é o comportamento, compreendido como sendo penas um sintoma do problema real, tanto na empresa como na família, quando a crise se apresenta podemos notar que o problema esta no topo: quem lidera exerce influência sobre os liderados, então, se cada líder souber liderar para o sucesso e o alcance de metas e objetivos, com certeza eles conseguirão chegar lá. “Não há pelotões fracos, mas líderes fracos”. O nosso comportamento influencia nossos pensamentos e nossos sentimentos.

“É mais comum representarmos um determinado sentimento do que agirmos de acordo com o sentimento”, fala Simeão, citando Jerome Brunner.

Para Simeão práxis é o nosso comportamento que influencia nossos pensamentos e nossos sentimentos. Quando nos comprometemos a concentrar atenção, tempo, esforço e outros recursos em alguém ou algo durante certo tempo, começamos a desenvolver sentimentos pelo objeto de nossa atenção, ou, em outras palavras, nos tornamos ligados a ele. Assumir responsabilidades diante dos relacionamentos sejam eles de que tipo for é importante e necessário. Se a liderança começa com uma escolha, isso requer que tenhamos responsabilidades em assumir as ações de acordo com nossas intenções; assumir nossos atos, assumir a responsabilidade adequada por nossos atos.

É preciso ter habilidades em escolher as respostas para os desafios que vivenciamos cotidianamente em nossas vidas, com responsabilidade, percebida como resposta e habilidade. O estimulo sempre vem até a nós, mas nos cabe fazer a escolha: eu posso escolher a resposta.
O autor cita através de seus personagens frases como as que se seguem:

“O homem é essencialmente auto-determinante.”
Viktor Frankl.

“Não tomar uma decisão já é uma decisão Não fazer uma escolha já é uma escolha.”
Kierkegaard

Ainda neste capítulo temos a definição de que a disciplina tem por objetivo ensinar-nos a fazer o que não é natural. Através da disciplina podemos fazer com que o natural se torne natural, se torne um hábito. Somos criatura de hábitos e para tal alguns estágios são necessários para adquirir novos hábitos ou habilidades, pois os hábitos e as habilidades geram comportamentos aplicados a liderança. Assim, o autor elenca os quatro estágios, a saber: Estágio um, Inconsciente e sem habilidade; Estágio dois, Consciente e sem Habilidade; Estágio três, Consciente e habilidoso e Estágio quatro, Inconsciente e Habilidoso.

No capítulo sete, “A Recompensa” o tema central é o resultado do esforço. Fé, esperança e amor são os motes principais e o autor cita o apóstolo Paulo para poder “pregar” aonde for e usar a palavra quando for necessário. Ressalta que as coisas não são o que parecem ser, pois não vemos o mundo como ele é: nos vemos o mundo como nós somos.

Ressalta ainda neste capítulo que missão, objetivo, visão são fatores determinantes para o sucesso de todo e qualquer empreendimento humano. Nossas vontades e nossos desejos e poderão ser satisfeitas a partir do momento que nos colocarmos em movimento de crescimento pessoal, evoluindo para a maturidade psicológica e espiritual. Um trecho a destacar neste capítulo “Amar aos outros nos faz sair de nós mesmos. Amar aos outros nos força a crescer”.

No epílogo, o reforço e a aprendizagem maior de toda esta leitura, fascinante e tão bem recomendada: apenas uma primeiro passo em uma nova jornada.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2004.


Joao Beauclair


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Publicado em 22/10/2006 às 12h55
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A identidade dos gestores escolares negros - José B. Barros

A identidade dos gestores escolares negros
(José Benedito de Barros, Prof. Mestre)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Unesp – Instituto de Biociências, Campus de Rio Claro-SP, como exigência para Conclusão de Mestrado.
Núcleo Temático: Organizações Educacionais: políticas, gestão e cultura.
Linha de Pesquisa: Gestão de Organizações Educacionais: políticas, cultura e subjetividade.
Orientadora: Profa. Dra. Marilena A. Jorge Guedes de Camargo
Rio Claro, 2006.

Resumo
Buscou-se no presente trabalho analisar como os gestores escolares negros da rede pública do Estado de São Paulo, no Município de Limeira, constroem suas identidades “eu” e “nós”. O referencial teórico foi o pensamento de Norbert Elias. Constatou-se que a construção da identidade dos pesquisados ocorre a partir de materiais oriundos das relações de interdependência e da configuração social da qual fazem parte.
Palavras-chave: Identidade, Gestores Escolares, Negros.

Para ler o texto completo, acesse:
http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137064P2/2006/barros_jb_me_rcla.pdf

Seminário Educação e Cultura dia 28/11/2010, às 9h30 - Convite

Prezada Sr(a).

José Benedito de Barros
DD. Cons. COMICIN/ IEG

Nesta oportunidade tem o prazer de convidá-lo para que participe como palestrante - no Seminário Educação e Cultura – Consciência Negra em Foco, evento de abertura do II LIMEIRAFRO na cidade de Limeira – Estado de São Paulo que será realizado no dia 28 de Novembro às 9h30 na Escola
CAIC - no bairro Parque Nossa Senhora das Dores.
Desde já antecipamos nossos sentimentos de estima e consideração.

José Galdino de Souza Clemente
Diretor do DECADIE/Limeira

FestiAFRO de Limeira estão com inscrições abertas até 8 de novembro

Inscrições para o FestiAFRO continuam até 8 de novembro

As inscrições para a quinta edição do FestiAFRO (Festival Nacional de MPB com temática Afro) estão abertas até dia 8 de novembro. O evento, que será realizado dias 20 e 21 de novembro no Teatro Vitória, é destinado a abrir espaço aos compositores e intérpretes da música popular brasileira de todos os gêneros, para desenvolvimento de temas relativos à cultura afro-brasileira. A realização é da Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria Municipal da Cultura.
Uma das novidades desta edição é a ajuda de custo oferecida para artistas de Limeira, o que já existia para participantes de outros municípios. Já o corpo de jurados será composto por três membros, dentre músicos, jornalistas, literatos, produtores culturais e pessoas ligadas à arte e à cultura em geral. A premiação atinge R$ 10 mil e troféus para 1º, 2º 3°, 4° e 5° lugar; melhor música, melhor arranjo e 1°, 2° e 3° lugar de Limeira.
Serão selecionadas 16 composições (10 de todo o país e 06 de Limeira). As músicas classificadas serão divulgadas pela Cultura no dia 10 de novembro.

O regulamento do Festival está no site www.festivaisdobrasil.com.br ou no link http://www.limeira.sp.gov.br/secretarias/cultura/regulamento.pdf.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone do Decadie (Departamento da Cultura Afro-descendente e da Integração Étnica) – (19)3453.9009 – ou pelo e-mail festiafrolimeira2010@hotmail.com.

Thayla Ramos – Estagiária de Jornalismo
Prefeitura de Limeira/SP
Secretaria Municipal da Cultura
(19)3451.0502
culturalimeira@yahoo.com.br
www.culturalimeira.blogspot.com
www.twitter.com/culturalimeira

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Primeiro negro a ser eleito na Eslovênia

Eslovênia elege primeiro prefeito negro da história do país
25 de outubro de 2010.

Peter Bossman, que está sendo chamado de "Obama esloveno", comemora a vitória nas eleições de Piran.


A Eslovênia elegeu o primeiro prefeito negro da história do país após a vitória de Peter Bossman, conhecido como "Obama esloveno", no pleito da cidade de Piran.
"Meu triunfo demonstra o alto nível da democracia na Eslovênia", afirmou Bossman, que nasceu em Gana e chegou à Eslovênia há 33 anos para estudar medicina.
Bossman, candidato do Partido Social-Democrata (do primeiro-ministro Borut Pahor), derrotou o atual prefeito, Tomaz Gantar, no segundo turno das eleições locais. Casado com uma croata, ele garantiu que seguirá trabalhando nesta semana como médico, e que depois começará os preparativos relativos a seu novo cargo.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4753692-EI8142,00-Eslovenia+elege+primeiro+prefeito+negro+da+historia+do+pais.html

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Apresentação: uma visão pluralista, multicultural


Apresentação: uma visão pluralista, multicultural

O presente blog está nascendo para abrir um espaço de informação e reflexão sobre temas de interesse geral. O ponto de partida, assim espero, é uma visão pluralista, multicultural, respeitadora da diversidade, promotora do diálogo construtivo com vistas a uma nova sociedade.
Quando escrevo “visão pluralista” estou confrontando uma visão monista, de pensamento único, de um grupo dominante, absoluto. Isso significa reconhecer que há diversas vozes, diversos pensamentos e sentimentos, diversos pontos de vista sobre a realidade.
Quando escrevo “multicultural” estou confrontando com uma visão monocultural, de dominação de uma visão de mundo sobre outra ou outras. Com isso se reconhece e se atribui equivalente importância a todas as manifestações culturais e maneiras de ser, de sentir e de pensar.
Espero que os textos a serem postados sejam enriquecedores e marcados pelo palavreado respeitador, aberto a questionamentos e contribuições.

Amistosamente,

Prof. José Benedito de Barros